Em busca do meu sonho
Eu li o livro do Fabio Gurgel. Achei muito interessante a obstinação dele, pelo relato dele, ele é aquele tipo de pessoa que sabia o que queria bem cedo na vida. Totalmente o contrário de mim. Eu até hoje não sei exatamente o que eu quero. Ele sabia que queria viver do jiu jitsu, elevar a arte suave a um novo patamar. Acho muito legal isso. E admiro. Acho que sinto até um pouco de inveja, porque eu nunca tive certeza do que eu queria construir. A maioria das minhas decisões, por muito tempo, foi pautada no que a maioria faz, sem refletir se realmente aquilo era pra mim.
Agora estou lendo o livro de um cara chamado Christian Graugart, ele tinha um sonho: treinar jiu jitsu pelo mundo. Eu achei isso incrível, pois quando o Eliezer do canal do Youtube ViaInfinda ainda não era conhecido eu adorava ver os vídeos dele e ficar sonhando em fazer que nem ele, simplesmente sair por aí viajando. Ele já viajou de todos os jeitos, no começo era no estilo roots, pedindo caronas, vivendo com o mínimo, teve uma época que foi de bike e teve uma época que ele tinha o Bromobil, um motorhome que ele mesmo construiu em uma van. Admiro e mais uma vez sinto uma certa inveja pela obstinação dele.
Eu não me acho uma pessoal totalmente medrosa, já fiz algumas pequenas coisas que a maioria não faz, como ser uma quase nomade por 2 anos, um período que eu morava uma temporada no Tocantins e outra no Rio Grande do Sul. Eu também saí de casa, relativamente cedo, aos 13 anos, pra estudar e morar com minha vó à 2400 km da casa dos meus pais. Fiz uma viagem sozinha pra Fortaleza para fazer um workshop de yoga por 10 dias, fui morar em Campinas para trabalhar por 1 ano e agora estou em Vila Velha pelo simples fato de querer morar em uma cidade com praia.
Mas apesar de tudo isso eu nunca tive coragem suficiente de realmente sair pelo mundo. Me sinto um pouco frustrada, pois um dos motivos de não fazer isso é que eu não queria deixar de treinar jiu jitsu e agora, lendo o livro do Christian Graugart, me foi provado que é possível sair por aí e ainda assim treinar. Agora eu não tenho mais uma desculpa. Agora é admitir que só depende se vou deixar meu medo falar mais alto, ou não. Nossos sonhos são nossos e só nós mesmos podemos dar os passos em direção deles.